Climatização de Datacenter – Parte 3


Racks com Alta Densidade e/ou Blade Servers

Quando a quantidade de Racks com Alta Densidade e/ou de Blade Servers for considerável, ou ainda quando os mesmos forem instalados em DC existentes onde o sistema de climatização já esteja operando próximo do limite máximo, devemos adotar estratégias diferenciadas de maneira a atender as necessidades destes equipamentos da maneira mais exclusiva quanto possível de maneira a preservar o funcionamento normal do restante do DC.

a) Sistemas Suplementares de Condicionamento

Para este tipo de solução normalmente é exigido um planejamento prévio de maneira a permitir a implementação destes sistemas adicionais sem interferência com os equipamentos existentes. As principais técnicas para esta alternativa são as seguintes :

Sistemas complementares localizados de acordo com a demanda de refrigeração. Utilizam refrigeração liquida bombeada evitando condensação de umidade.

  • Instalação de dutos de exaustão e/ou ventiladores diretamente nos racks interligando a descarga de ar diretamente para o retorno geral do sistema
  • Instalação de placas de piso especiais providas de ventiladores booster insuflando o ar no corredor “frio” e/ou diretamente sob o rack.
  • Instalação de Racks especiais providos de sistema autônomo de refrigeração
  • Condicionadores para instalação em linha formando conjunto ao lado dos racks.

b) Áreas Dedicadas de Alta Densidade

 Definir ambientes totalmente independentes dos demais especialmente concebidos para atender as altas cargas dissipadas. Estes ambientes podem ser substituídos por soluções específicas desenvolvidas por alguns fabricantes reunindo num mesmo conjunto os racks, o sistema de condicionamento e o sistema de força completo (incluindo UPS), viabilizando a instalação de racks de alta densidade até mesmo em locais providos apenas de sistemas de ar condicionado para conforto uma vez que o sistema de ar condicionado dos racks é totalmente independente.

 

Soluções com energia limpa – baixo consumo.

Tradicionalmente são empregados condicionadores de ar com expansão direta ou indireta, estes ligados usualmente em centrais de água gelada, com sistema de condensação a ar ou água.

Até pouco tempo até mesmo condicionadores destinados a sistemas de conforto (com baixa capacidade para calor sensível) eram usados em prol de um menor investimento inicial.

O resultado acabava sendo um péssimo PUE, ultrapassando a barreira de 2, ou seja o consumo de energia nos servidores acaba resultando em pelo menos o dobro no consumo total do Data Center.

Hoje devemos procurar condicionadores de alto rendimento, com alta taxa de calor sensível, capacidade variável e eficientes sistemas de controle.

Também já são realidade soluções como Free Cooling e aplicações Geotermais, pois todos os modelos de distribuição de ar citados permitem a eliminação de Hot Spots no DataCenter, tornando possível elevar a temperatura de ar frio para 24°C, reduzindo drasticamente a carga térmica e viabilizando estas opções.

 Diretriz para projeto.

Pelo exposto, fica evidente a necessidade da elaboração de um projeto perfeitamente desenvolvido para as efetivas necessidades de cada Cliente em particular, levando em consideração tanto a situação atual como a perspectiva de futuras ampliações.

Dessa maneira é de extrema importância que o sistema de ar condicionado seja modular contemplando reservas operacionais estratégicas que possam vir a suprir eventuais alterações de tecnologia nos equipamentos de processamento.

Apenas como exemplo, muitos ainda se lembram dos imensos computadores instalados no interior dos CPD que necessitavam de resfriamento direto por meio de água gelada. Estes computadores foram gradativamente substituídos por outros com maior capacidade de processamento, menor área ocupada e maior facilidade de refrigeração, eliminando a necessidade da utilização da água gelada. Todavia, nos dias de hoje já é bastante comum a utilização de racks refrigerados diretamente por trocadores acoplados aos mesmos, ou seja,retornamos a uma condição que todos nós julgávamos ultrapassada.

Assim sendo, entendemos que o correto planejamento do DC deva considerar o crescimento escalonado, tanto dos sistemas de processamento como das utilidades, e a curva teórica de adensamento prevista para, no mínimo, os próximos 10 anos para somente então determinaras efetivas necessidades de espaço físico, padrão construtivo, soluções de climatização e também de energia.

Fonte : http://www.cspi.com.br/cspi/default.asp – Engenharia Social